Sábado, 17/04/2010.
Local: Credicard Hall-SP
Horário: 22h00 (pontualidade inglesa)
Quem estava presente no show, sabe que essas palavras em conjunto nos causam arrepios. Assim, respectivamente, como nos outros locais, datas e horários, onde a banda passou.
Depois de três anos, o Placebo voltou ao solo brasileiro e trazendo na bagagem uma sonoridade muito diferente dos shows anteriores, o que para muitas pessoas poderiam ser decepção. Ao vivo, se tornou umas das melhores performances, desde interação com o público até arte visual.
Sim, esse foi uma parte das surpresas do show, uma nova estrutura de palco com mais telões do que nos shows anteriores (e maiores também), equipamento de iluminação dando um ultraefeito para cada música. Marcando, com certeza, cada música com detalhes.
Como de praxe, gritaria e empurra-empurra pra ver a banda principal no palco, e quando aquele sol sendo consumido pelo eclipse surgiu no telão no fundo (abertura visual que usaram nas apresentações da Battle Tour), o bando de aproximadamente 4.000 pessoas começou a fazer um alto coral de “PLACEBO, PLACEBO, PLACEBO” e gritos. A primeira música foi For What It’s Worth, onde o Credicard Hall vibrou absurdamente com as mãos para o alto e cantando junto de Brian Molko. Seguindo nesse mesmo ritmo, logo em seguida vieram, Ashtray Heart, na qual o Brian soltou um ligeiro “obrigado” e Battle For The Sun, música que dá nome ao 6º álbum da banda.
E como é possível não delirar ao som de Soulmates, além de ser uma das músicas mais aclamadas da banda, foi sequência da ótima abertura do show. Muitos queriam apenas ouvir o Brian cantar, outros queriam se esguelar mais ainda, outros chorando. É, foi um dos pontos altos do show. O que veio a seguir foi melhor ainda, por que é um ponto oportuno pra chamar atenção com uma música mais calma, e foi isso que aconteceu:
Brian: Obrigado! Muito obrigado, senhoras e senhores, irmãos e irmãs, Molko boys e Molko girls. Liguei a TV do meu camarim e notei que vocês têm um canal que fala sobre Deus. Isso me fez lembrar de quando era criança e minha mãe me levava à igreja e nós conhecemos essas pessoas… Eles gostavam de ficar possessos pelo Espírito Santo, possessos por Jesus. Quando eles ficavam possessos por Jesus, eles falariam uma outra língua, uma nova língua. E eles chamavam isso de Falar em Línguas.
É muita coisa para se descrever quando cada detalhe conta na cabeça de cada um, ainda ter uma sequência musical onde dá pra se perder, voltar e nem perceber o show rolar. Foi assim em Cops, Every You Every Me, e a arrancadora de suspiros e gritos, Special Needs. Outro ponto alto onde eles tocaram músicas mais do que perfeitas para o momento e ao mesmo tempo relembrando grandes sucessos que não podem ficar de fora do setlist, fala sério quem ficou sem pular em hein?
E para emendar no momento PERFEITO do show, uma música do último álbum, que particularmente, faz TODA a diferença depois de ver a empolgação de antigos hits mais uma canção para fazer toda a plateia delirar:
Brian: Senhoras e senhores, a canção a seguir é um anúncio do Serviço Público alertan-do todos vocês a Respirarem Debaixo d’Água.
BREATHE UNDERWATER foi toda a esguelação, todo o ar pra fora, gritos e mãos ao alto, shit/fuck, “sweaaaaar” e muita energia do palco para o público, faltam palavras para descrever a sensação de ouvir essa música no dia 17, e ser convocado para cantar junto (C’mom São Paulo). E para não perder o ritmo e as palavras de impacto um suicido em câmera lenta logo em seguida, Julien! Sim, foi um impacto muito forte de energia nessas duas músicas pela grande sequência e empatia entre a banda e os fãs. Simplesmente incrível.
“One, two, three, four”, com essa contagem do nosso Sunshine, já sabemos que pedaços de baqueta vão voar meus queridos, The Never-Ending Why foi mais uma canção para nos deixar sem fôlego e ver o pessoal no palco também sem ar!
Então, alguém pode explicar o que foi o Brian pulando e cantando em Bright Lights? Acho que ele estava de bom humor.
Vamos as últimas músicas, sente o clima tenso para fechar o show, Song to Say Goodbye, Special K (que ficou linda, sem espera e hisitações), e Bitter End. Melhor que isso, só mais um show ou replay de todos os momentos, e um fim que te PROÍBE de ficar parado. Mas quero o bis, e um pra acabar de vez com o show e sair acabado de cansaço e tristeza dos fãs. Quem sabe canta, põe as mãos ao alto e diga um grande FUCK, Trigger Happy, uma das músicas que ainda (espero) não tem versão de estúdio, e desde 2009 entrou no bis da banda, Infra-Red, cheia de efeitos luminosos vermelhos e grande barulho, e o derradeiro fim Taste in Men, e mais, mais, mais microfonias, os devidos agradecimentos e… FIM.
Para alguns a ficha ainda não caiu, pra outros a depresão pós show, mas foi isso, e quem puder guardar lembranças guardará um das melhores apresentações deles por aqui. Esperamos mais.